16 novembro 2010

era uma vez uma musica

que parecia não ter instrumentos, parecia não ter voz. um dia à noite, mesmo perto de dormir a musica começou e continuou, encheu a sala de tal forma que não se sabia de onde vinha. só o som, o piano e parece que havia um pássaro que se chamava oboé...

nessa noite dormi sem pesadelos. acho que a musica se veio deitar comigo

29 novembro 2008

era uma vez um carro cinzento...

que sabia voar, não era comido por dinossaurios porque se sabia desviar

era uma vez um carro que andava tão rápido que se desviava das nuvens antes de elas saberem que eram nuvens

era uma vez um avião,

era um carro cinzento

05 outubro 2008

era uma vez um ribeiro...

Era uma vez um ribeiro que corria atrás da minha casa e correu até ao dia em que me senti tão forte que o fui ver.

nesse dia o ribeiro deixou de correr e eu deixei de o ver

10 setembro 2007

Era uma vez um carro verde.

O meu pai tem um carro verde e eu acho que é um carro de corridas porque anda muito depressa.
A minha mãe tem um carro azul e o meu pai está sempre a dizer que o carro azul anda muito mais depressa que o carro verde mas eu não acho.
Eu acho que o carro verde anda nas corridas com os Ferraris mas o meu pai diz que os carros das corridas Ferrari são vermelhos e o carro do meu pai é verde.


Então como é que o carro azul pode andar mais depressa que o carro verde se os Ferraris são vermelhos e o carro azul é azul?

28 agosto 2007

Era uma vez a lua.

A lua canta para nós e escuta o que nós temos para lhe dizer. Chama-nos quando estamos a dormir para saber os nossos segredos e podemos aproveitar para os partilhar com ela. Às vezes não a conseguimos ouvir a cantar ou a chamar por nós, mas isso é porque estamos incomodados ou tristes com alguma coisa. Ou então é porque o dia nos encheu a barriga e queremos mesmo é dormir e dizer à nossa amiga lua "Olha, falamos amanhã!"
É estranho falar com a lua porque a malandra fica a olhar para nós e parece que está a dormir. Tem sempre aquele olho aberto e o outro que pisca à espera que lhe digamos qualquer coisa. Parece que espera que olhemos para o lado para ver se voltamos a olhar para ela.
A lua é uma malandra. Ou então sou eu, o malandrete... Gosto da lua, se calhar pela luz que ela tem ou se calhar porque me faz lembrar a mãe. A minha mãe e a minha lua têm sempre luz para mim.

18 janeiro 2007

Era uma vez um ovo.
e o ovo sonhou que nascia principe e viajava pelo mundo fora a descobrir ilhas e a conquistar terras. E ia ser grande, grande como as sequoias e os arranha-céus mais imponentes. Tocaria nas nuvens mais espessas e ultrapassaria águias, albatrozes e outros bichos reais. E sonhou alargando a casca e mais a alargou e mais sonhou. Ninguém acreditava. E tanto foi assim, que o ovo se esqueceu de ser um senhor ovo e deixou de ter tempo para essas coisas do crescer. E achou que crescer era morrer.
E é assim a história de um ovo que não queria crescer e duma noz que teimava em não rachar.
E quem gostaria que a história fosse outra que a conte.
O meu filho gosta desta.
Que as crianças possam ser o "impossível" por largo tempo, que sejam ovos dentro de uma noz.

03 janeiro 2007